Devoradores de Estrelas
Após o sucesso de “Perdido em Marte” (2011), um livro escrito de forma independente e publicado na Amazon como eBook, Andy Weir conquistou uma enorme audiência, o que resultou em uma respeitável adaptação cinematográfica. Em seguida, ele nos trouxe “Artemis” (2017), outra obra de ficção científica, mas que explorava temas e situações mais fantásticas. Por fim, chegamos a “Devoradores de Estrelas” (2021).
Com “Devoradores de Estrelas”, Weir atinge o ápice de sua escrita. O autor evoluiu significativamente, o que se reflete em seus temas, na forma como explora os personagens e em sua visão para o gênero de ficção científica. Ele ainda mantém elementos de suas obras anteriores, como o isolamento do protagonista e diferentes pontos de vista já apresentados em “Perdido em Marte” e “Artemis”.
A leitura é dinâmica e o texto é dividido entre passado e presente, refletindo os problemas de memória do protagonista. O início é confuso tanto para nós quanto para ele, mas, à medida que a história avança, descobrimos sua situação, motivações e como ele chegou a esse estado. Essa alternância de pontos de vista proporciona personagens fascinantes.
Alguns personagens se destacam, especialmente os que aparecem nos primeiros flashbacks de Grace. A dinâmica de leitura é instigante, pois cada final de capítulo apresenta um pequeno plot twist, despertando a curiosidade do leitor para o próximo capítulo. Um acontecimento significativo ocorre cerca de 25% do livro, mudando a direção da narrativa.
Os flashbacks são uma das melhores partes da leitura, fornecendo detalhes sobre o universo, o perigo para a humanidade, as possíveis soluções, a missão final do protagonista e sua índole, contudo é digno de citar que todos os protagonistas do autor são parecidos, em um sentido de humor e características, contudo temos um ponto depois no livro onde vemos uma humanização maior dele e um aprofundamento maior nele.