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Robô Selvagem – 2024
Robô Selvagem – 2024

Robô Selvagem – 2024

Robô Selvagem

Um filme com muito coração.

Como começar a falar deste filme que tanto amei? A DreamWorks trouxe mais uma pérola após o fraco “Kung Fu Panda 4”. Não é minha intenção criticar lançamentos, mas parece que o estúdio optou por uma jogada comercial ao lançar um filme com apelo de público, mas de qualidade duvidosa, para logo em seguida trazer uma obra menor em orçamento, porém rica em inovação e narrativa.

“Robô Selvagem” representa o que há de melhor em animação, direção de arte, música, roteiro e muito mais. Acima de tudo, é um filme com muito coração e profunda compreensão dos seus personagens e das questões que aborda. A história se passa, em grande parte, em uma ilha, onde, após uma tempestade, Roz — a última unidade funcional dos chamados ROZZUM — sobrevive a um naufrágio. Ainda operante e inteligente, Roz começa a explorar seu novo ambiente

Poster oficial do filme

O filme mostra, inicialmente, a adaptação de Roz, que é uma estranha nesse universo natural e no ciclo da vida em sua forma mais primitiva. Ela enfrenta desafios próprios de estar ali, sendo um robô, e de se relacionar com uma espécie de fauna desconhecida. Após alguns eventos, Roz se vê encarregada de criar, junto com uma raposa astuta chamada Astuto, o ganso Bico Vivo, o último sobrevivente de sua ninhada.

O espetáculo visual do filme é envolvente desde o começo, com um contraste claro entre Roz, uma robô destoante, e o ambiente da ilha. Conforme a história avança, Roz vai se integrando à natureza e à vida dos animais, tanto na narrativa quanto visualmente. Em certo ponto, ela ganha uma peça feita de madeira para substituir uma quebrada, simbolizando não apenas a aceitação dos animais, mas também sua união com a natureza. Cada arranhão, cada peça perdida e cada musgo que cresce em Roz contam essa história de transformação.

Astuto é outro personagem marcante. Inicialmente, ele tenta devorar Bico Vivo ainda no ovo, mas, após uma conversa com Roz, ela entende que ele age assim por instinto. Em alguns momentos, ele precisa se alimentar e faz o que for necessário para sobreviver. O que começa como uma relação de conveniência para Astuto se transforma em uma amizade profunda; ao final do filme, ele admite que sente a dor de pensar em perder Roz.

Imagem promocional

A trilha sonora é de uma qualidade inegável. Os momentos e diálogos já são impactantes, mas a música acompanha perfeitamente o desenvolvimento dos personagens e as cenas de ação, intensificando as emoções. As tramas são abordadas de forma concisa, sem arrastamento; temas como segredo, amor e, acima de tudo, família, são tratados com o devido respeito e se conectam em uma narrativa mais ampla. O filme usa poucas falas, mas todas são essenciais, e a comunicação visual — através de expressões, detalhes em cena e movimentos dos personagens — também fala por si só.

“Robô Selvagem” é um clássico recém-nascido no universo das animações. É um retorno à animação com alma e coração, onde se exploram ao máximo o visual, a música, a dublagem e a narrativa. Nos emocionamos, aprendemos e refletimos com a história, que comprova mais uma vez ao mundo que a animação e o cinema são mídias poderosas.

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